Homenagens

Cañizares mostra Valença, o poeta da cor
Foto e texto de Herbert Magalhães 
O mestre Alberto Valença foi homenageado pela Universidade Federal da Bahia com uma exposição de seus trabalhos na Galeria Cañizares da Escola de belas Artes (Araújo Pinho, 212, Canela). Comemora-se os 100 anos de nascimentos de um dos mais importantes artistas da Bahia e que foi professor da Escola de Belas Artes, responsável pela formação de artistas contemporâneos do mais alto nível. Sobre sua personalidade, vida e obra muitos já falaram, inclusive existe um livro de primorosa encadernação, de autoria de Clarival Valadares, que reúne e analisa toda a sua obra, digna da grandeza e sensibilidade do saudoso mestre que será sempre lembrado como um dos maiores esteios da arte baiana e honra para a nossa Escola de Belas Artes.





Mestre recebe o título de Emérito, não contém emoção e chora diante da ternura


O prof. Alberto de Aguiar Pires Valença - que recebeu ontem em sessão solene, na  Escola de Belas Artes, o título de "Professor Emérito" , concedido pela Universidade da Bahia - não pôde conter a emoção do momento e teve lágrimas quando ouviu as manifestações de ternura e quando agradeceu as homenagens que recebia.
A entrega do título foi feita pelo Reitor Albérico Fraga e, em nome dos alunos, acadêmia Silva Gonçalves Martins salientando que "a homenagem era prêmio pelos serviços prestados à Escola de Belas Artes, desde sua fundação."

IMPOSIÇÃO LEGAL
O prof. Alberto Pires Valença,
 emocionado ao receber o título
 de professor emérito.
Diário de Notícias 26/10/1970.

O Prof. Mendonça Filho, falando pela Congregação da Unidade Universitária, que dirige, salientou:
_ E agora, que uma imposição legal, quis separá-lo, nós os seus amigos, os seus admiradores, a congregação da sua escola, por seu querer, amparada em preceitos legais, e em reconhecimento pelos serviços prestados que você prestou, aqui o traz, novamente, destruindo a solução de continuidade de uma aposentadoria, com o título de "Professor Emérito" que o consagraria se você de há muito não o tivesse obtido como mestre. 

AGRADECIMENTO

Encerando a solenidade coube a palavra ao homenageado. Disse concluindo: 
_ Se na cátedra, durante longos anos, transmitir àqueles que o destino me confiou  como alunos a experiência e os conhecimentos naturalmente adquiridos no trabalho diurno e através da arte difícil de ensinar, tão exigente em qualidades e requisitos que não devem faltar ao verdadeiro mestre, nada mais fiz do que dedicar-me, de corpo e alma, ao cumprimento dos meus deveres.

PRESENTES

Estiveram presentes na solenidade os professores João José Rescala, Emídio Magalhães, Heron de Alencar, Waldir Freitas , Juarez Paraizo, Henrique Osvald, e grande número de acadêmicos e admiradores do professor homenageado. 


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ELE MERECE


Aniversariou ontem, completando a bela idade de 93 anos, cercado do carinho de seus familiares e dos amigos que ainda o visitam, o artísta plástico e professor Alberto Valença. Contemporâneo e amigo de Presciliano Silva cujo centenário de nascimento está sendo agora comemorado. Alberto Valença é uma figura marcante na 

história das  artes plásticas baianas, neste século.
Criou uma obra admirável, além de, como professor da Escola de Belas Artes, ter influenciado na formação de sucessivas gerações de novos artistas, muitos deles hoje consagrados.
Pelo respeito e admiração que Alberto Valença merece da Bahia e dos baianos, faço aqui o registro do seu aniversário. E acrescento uma sugestão: Por que não se promover uma retrospetiva de sua obra? Seria uma homenagem mais que justa que a Bahia prestaria a um de seus artistas maiores.  


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DAS ARTES


Faço aqui apenas o registro sobre evento que passou injustificadamente despercebido esperando, que os entendimentos aproveitem a dica e desenvolvam melhor e mais amplamente: no último  dia 7, completou 90 anos uma das mais importantes figuras da história contemporânea das artes plásticas na Bahia, artista admirável e mestre de muitas e sucessivas gerações. Alberto Aguiar Pires Valença. Contemporâneo de Presciliano Silva, seus primeiros quadros datam ainda de 1914. E, durante bem mais de  meio século, ele produziu incansavelmente, pintando e ensinando os mais novos. Hoje, pela idade avançada e condições precária de saúde, Alberto Valença, praticamente já não sai de casa. Porém seus magníficos 90 anos deveriam merecer, mais que a simples lembrança, as homenagens da Bahia, de quantos admiram a beleza e a criação artística. Fica o registro. E mais uma informação: quem quiser conhecer um pouco da obra de Alberto Valença é só ir ao Museu Costa Pinto e apreciar os seus 26 quadros que  ali se encontram expostos. Vale a pena.

JORNAL A TARDE- 20.06.1980
Marina Pedreira de Freitas (Interina)


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PRÊMIO ODORICO TAVARES FICA COM ALBERTO VALENÇA

Admiração Justa
O Reitor Roberto Santos e o Secretário de Educação, Edivaldo Boaventura, são apreciadores da obra do pintor Alberto Valença.
Reunida, ontem, à tarde, sob a presidência do Secretário Edivaldo Boaventura, da Educação e Cultura, a comissão designada pelo Governador do Estado resolveu consignar o "Prêmio Odorico Tavares",  de 69, no valor de cinco mil cruzeiros ao pintor Alberto Valença, considerado um dos maiores artistas da Bahia.
O nome de Alberto valença professor emérito da escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, onde iniciou os seus estudos de pintura, foi apontado, no início da reunião, pelo Prof. Renato Ferraz, diretor de Arte Moderna, no que foi acompanhado pelos demais membros da comissão. 

EMOÇÃO
Às primeiras horas da noite, a reportagem do DIÁRIO DE NOTÍCIAS levou ao conhecimento do consagrado pinto a escolha do seu nome, mais ele, que se encontra adoentado, confessou-se orgulhoso, mais preferiu não tecer maiores considerações, pois preferia não se emocionar, para não agravar o seu estado de saúde.
Alberto Valença, que está, presentemente, com uma exposição retrospectiva no Museu de Arte Sacra da Bahia, iniciou os seus estudos na Escola de Belas Artes da UFBA, estudou, também, em Paris, na Academia Julien e no Atelier de Emile Renard, com quem fez o curso de retrato. De regresso ao Brasil morou no Rio de Janeiro de 1931 a 1934. Expôs no Salão nacional do ex-Distrito Federal, obtendo medalhas, de ouro e de prata.
Alberto Valença como bem frisa Carlos Eduardo da rocha, no seu trabalho museu de Arte da Bahia, é considerado um dos maiores artistas da Bahia. A sua personalidade de homem, invulgar, pela extrema sensibilidade, delicadeza e cavalheirismo, atrai uma grande legião de amigos e admiradores. 
Pintor da escola Impressionista, mantém-se, até hoje, fiel aos ensinamentos dos mestre de Paris, Valença continua pintando com os processos da pintura ao ar livre e da valorização da luz e das gradações da cor.
E para o jornalista Odorico Tavares, a pintura de Alberto Valença é para ser vista pelos jovens, pois tudo que ele pinta é uma lição.

COMISSÃO
A comissão que escolheu Alberto Valença como ganhador do "Prêmio Odorico Tavares", para o ano de 69, estava integrada do Prof. Edivaldo Boaventura, Secretário de Educação e Cultura do Estado, Carlos Eduardo da Rocha, diretor da Divisão de Mestres do DESC, Renato Ferraz, diretor do Museu de Arte Moderna e de Arte Popular, Fernando Machado Leal, da Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, Valentim Calderon, diretor do Departamento Cultural da UFBA e Mercedes Kruschewick, diretora da Escola de Belas Artes da UFBA.
O governador Luiz Viana Filho entregou ontem, à tarde , no Museu de Arte e Sacra  a Alberto Valença, o Prêmio Odorico Tavares, conferido anualmente, ao Pintor que mais se destaca no exercício de sua atividade. Diário de Notícias, 03-12-1970.

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Inauguração do Espaço Cultural Alberto Valença em Comemoração de seu Centenário

Compondo a mesa do evento, da esquerda para direita: Romano Galefi, Antônio Alberto Valença, Márcia Magno, Rogério Vargens, Cid Teixeira e Maria Amélia Valença.



Netos do pintor Alberto valença, inaugurando a praça: (da esquerda para direita, Alberto Valença Neto, Rogério Valença, Gustavo Valença e Sílvia Valença)



Homenagem musical realizada ao final da solenidade em homenagem ao pintor: térreo da Escola de Belas Artes da Bahia.

  

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